Agatas Opalinos Prateados

 

 

O objetivo é auxiliar os criadores na seleção de seus pássaros para concurso, bem como divulgar essa maravilhosa série de cores. 

 A mutação opalino é recessiva autossomal, ou seja, não está ligada ao sexo e é recessiva em relação ao não opalino. Na prática temos os seguintes acasalamentos: 
 
PORTADOR X PORTADOR resulta em: 
25% de filhos OPALINOS 
50% de filhos PORTADORES 
25% de filhos ÁGATAS NORMAIS 
OPALINO X OPALINO resulta em: 
50% de filhos OPALINOS 
50% de filhos PORTADORES 
OPALINO X OPALINI resulta em: 
100% de filhos OPALINOS 
 
 Apesar de a mutação opalino ser conhecida desde 1958, o cientista holandês Frans Kop nos deu maravilhosa contribuição para melhor compreendermos como a mutação atua na pigmentação das penas. A mutação atua nos melanócitos (Células de melanina) de forma a torna-los menos eficientes na sua função de transferência de melaninas aos queratinócitos (células de queratina, que irão formas as penas). Em suas pesquisas, Frans Kop também constatou que esse reduzido depósito de melaninas é feito no lado inferior das penas. Estas alterações atuam visualmente na plumagem do Ágata de duas maneiras: 
- Forte redução da feomelanina. (Quando esta ainda existir no ágata clássico). 
- Inversão e redução da eumelanina negra. 
Nas figuras a seguir podemos acompanhar como a mutação atua na prática. Nas figuras 1, 2 e 3 vemos excelentes canários da cor clássica Ágata e, nas figuras 4, 5, e 6 vemos excelentes exemplares da mutação Ágata Opalino. Note-se que nestes exemplares não se nota presença de feomelanina (marrom) devido ao alto grau de seleção dos mesmos. 
 
                                                                  CRITÉRIO DE SELEÇÃO 

 Devemos preferir os pássaros isentos de feomelanina, com todos os desenhos do ágata clássico, contraste entre desenho e cor de fundo e melaninas na cor cinza azulada. 
 A expressão das melaninas deve ser escura cinza azulada, sem ser confundida com o cinza-chumbo dos verdes e cobres opalinos. Melaninas claras ou escuras demais são defeitos sérios. 
 A envoltura é indesejável, pois piora o contraste entre o desenho e a cor de fundo. Os defeitos mais comuns são pássaros com envoltura bem diluída, porém expressão de melanina muito clara, e pássaros com envoltura e expressão de melaninas oxidadas (muito escuros). Ambos os casos são indesejados e provêm de pássaros ágatas clássicos de má qualidade. 
 Os desenhos de dorso e flancos devem ser contrastantes e bem definidos, finos e entrecortados. 
 As remiges e retrizes (plumas longas das asas e cauda) devem acompanhar o tom da melanina do desenho do dorso e possuírem suas bordas diluídas e coloridas com a  cor de fundo, conforme o ágata clássico. 
 O desenho de cabeça deve apresentar a calota em cima da cabeça, a despigmentação supraciliar, as bochechas e os bigodes. Outros defeitos bastante comuns são desenho de cabeça oxidado e estrias largas. As vezes estrias finas demais são indesejadas, quando não apresentam o contraste desejado. 
 Há de se ressaltar que nos mosaicos os desenhos do dorso e flancos não conseguem ser tão finos quantos nos intensos e nevados, devido a suas estruturas de pena serem diferentes. 
 Falamos exclusivamente de seleção de tipo dos canários ágatas opalinos, porém, não nos esqueçamos que os nossos pássaros serão julgados como um todo. Devemos sempre nos lembrar dos outros itens de seleção, que são: variedade (expressão do lipocromo), categoria (distribuição do lipocromo), plumagem, forma, tamanho, elegância e apresentação. 
 Este artigo não tem a intenção de encerrar o assunto mas sim o de contribuir e emitir opiniões de um criador que cria a mutação a mais de 10 anos e que apresenta excelentes resultados em concurso. Mauro Heineck cria canários a 25 anos e, em 2000, com o Canaril dos Heineck, foi hexa-campeão brasileiro da série ágata sem fator e tetra-campeão brasileiro da série ágata opalino sem fator. 

 

                        Figura 1 - Ágata Prateado

 

                  Figura 2 - Ágata Opalino Prateado

                    Figura 3 - Ágata Amarelo Intenso

 

                        Figura 4 - Ágata Opalino Amarelo Intenso

                        Figura 5 - Ágata Amarelo Mosaico Macho

           Figura 6 - Ágata Opalino Amarelo Mosaico macho

 

1- MUTAÇÃO OPALA

 

 

O factor opala é uma mutação genética recessiva e livre, reside nos autossomas e nos cromossomas sexuais.

Este factor actua na plumagem do canário ágata da seguinte forma:

- Reduzindo a Phaeomelanina quase por completo, evidenciando o lipocromo mais nítido e luminoso.

- Reduzindo a Eumelanina negra que se apresenta de cor cinzenta azulada.

- Reduzindo quase por completo a Eumelanina castanha.

A plumagem destes canários adquire uma tonalidade cinzenta azulada, devido à ausência de melanina na parte superior das penas e a concentração desta na parte inferior, produzindo o efeito de refracção da luz (factor óptico).

A mutação opala é de fácil reconhecimento uma vez que as penas da parte superior do dorso são mais claras do que as da parte inferior, característica que observamos nitidamente nas penas das asas (remiges) e cauda (rectrizes).

 

A pena dos canários que apresentam a Eumelanina negra ( Negros e Ágatas ) é sempre mais rígida.

 

As partes córneas ( bico – patas - unhas ) apresentam a mesma cor dos canários clássicos.

 

 

2- CANÁRIO ÁGATA OPALA

 

Deve apresentar uma cor cinzento azulado, um desenho bem marcado, as estrias devem ser finas, nos canários intensos e mais largas nos relvados e mosaicos, curtas, interrompidas, alinhadas, apresentando um desenho nítido na cabeça ( bem marcado ).

 

O lipocromo de fundo ( vermelho ou amarelo ) deve ser muito luminoso, ausência e Phaeomelanina.

O bico, as patas, dedos e unhas devem ser da cor da carne da ave.

Apresentam uma subplumagem de cor cinzento pérola e os olhos são negros.

 Defeitos:

- Presença de Phaeomelanina.
- Melaninas muito oxidadas ou demasiado diluídas, falta de brilho azulado, falta de bigodes, falta de estrias na cabeça e flancos, patas – bicos – unhas escuras e o lipocromo sem brilho e luminosidade.

 
 

  3- CARACTERISTICAS DO STANDARD

 

 Deve apresentar uma redução do desenho das Eumelaninas negras que se manifestam sob uma cor cinzento azulada sobre um fundo cinzento pérola.

A combinação do canário ágata e do opala, confere à ave uma plumagem com estrias cinzento azulado sobre um fundo mais claro.

 
 
  4- ACASALAMENTOS
  

A reprodução dos canários ágata opala, na categoria mosaico é a seguinte:

- O gene opala é recessivo e livre, devendo estar sempre presente em ambos os cromossomas, para que este se manifeste, como forma de gerar, machos e fêmeas puros ( homozigóticos ) e portadores ( heterozigóticos ).

Para obtermos um bom plantel destes canários, podemos seguir diversos caminhos, conforme as disponibilidades financeiras de cada criador.

A) O caminho mais curto e dispendioso, adquirindo diversos machos e fêmeas a um criador de renome.

B) O caminho mais moroso no entanto mais económico é adquirindo um bom macho ou fêmea ágata opala, com as características da raça e proceder de seguida ao acasalamento com ágatas da linha clássica ( não devem apresentar qualquer vestígio de Phaeomelanina ).

Esta opção na primeira geração, obteremos machos e fêmeas portadores do factor opala

 
 

  5 - ACASALAMENTO E RESULTADOS TEORICOS

 - Gene opala = O
- Gene normal = N
- Macho e fêmea opala = OO
- Macho e fêmea portadores = ON
- Macho e fêmeas normais = NN

5.1 – Acasalamentos

Macho ágata opala mosaico x fêmea ágata opala mosaico 100% ágatas opalas mosaicos machos e fêmeas.

Nota : este acasalamento é útil para conseguir uma grande quantidade de canários opalas, no entanto pode ocorrer quer a diminuição do seu tamanho, quer a diluição das melaninas.

5.2 – Macho ágata / opala mosaico x fêmea ágata opala mosaico ou vice-versa.

50% machos e fêmeas ágata opala mosaico
50% machos e fêmeas ágata / opala mosaico

Nota: este acasalamento é muito importante porque evita a degradação da pena e ao mesmo tempo a intensidade do desenho ( marcação do desenho dorsal e flancos ).

5.3 – Macho ágata / opala mosaico x fêmea ágata / opala mosaico.

25% machos e fêmeas ágata opala mosaico
50% machos e fêmeas ágata mosaico / opala
25% machos e fêmeas ágata mosaico

Nota: nos machos e fêmeas não opalas e respectivos portadores o seu reconhecimento só é possível através de futuros cruzamentos.

Os exemplares puros ( opalas ) são de qualidade superior.

Este cruzamento tem como finalidade melhorar as caracteristicas dos canários opalas e ao mesmo tempo aumentar a sua resistência genética.

Canários para exposição

Devem apresentar:

- Uma plumagem o mais límpida possível.
- Um lipocromo brilhante intenso ( nas zonas de eleição com a mesma tonalidade ).
- Não deve apresentar remiges e rectrizes pigmentadas.
- O comportamento na gaiola de exposição deve ser dócil e tranquilo, para o juiz o poder observar em todo o seu esplendor.
- Deve apresentar um ângulo de 45 graus ( quando está no poleiro ) e que a cabeça, dorso e cauda formem uma linha recta.
- Forma o mais harmónica possível e não demasiado fino.